Campeonato Carioca 2022: 37 curiosidades sobre os campeonatos do Flamengo, maior campeão do Rio – Parte 2
Flamengo, campeão carioca. Entre 1953 e 1979, foram dez títulos estaduais – incluindo, dois tricampeonatos. Esse era um feito difícil e muito mais relevante do que nos dias atuais. No segundo texto com curiosidades sobre os títulos cariocas do Rei do Rio, conheça alguns fatos curiosos sobre cada conquista desse período!
Flamengo campeão carioca (1953)
Demora em definir novo técnico, especulações de nomes, preferência da diretoria por um profissional estrangeiro, técnico que deixa o comando de uma seleção para treinar o Mengão. Parece familiar e recente, mas isso aconteceu em 1953, quando o Flamengo acertou a contratação de Fleitas Solich.
O paraguaio aceitou o convite em fevereiro, mas só assumiu em abril, após a disputa do Campeonato Sul-Americano com o Paraguai (seleção da qual era o técnico).
Até a chegada de Solich, o técnico interino foi Jayme de Almeida (foto), pai do técnico que conquistou a Copa do Brasil em 2013.
O campeonato carioca daquele ano começou em julho e terminou só em janeiro de 1954.
Foto: Reprodução/Jornal dos Sports ed. 7238
Flamengo bicampeão carioca (1954)
Assim como em 1953, o campeonato carioca de 1954:
- Também terminou em janeiro do ano seguinte;
- Foi disputado em três turnos;
- Teve o mesmo campeão: Flamengo, simplesmente faturando todos os turnos disputados. Não por acaso, o time começou a ser chamado de “rolo compressor”.
Foto: Reprodução/Manchete Esportiva ed.1
Flamengo tricampeão carioca (1955)
O segundo tricampeonato do Flamengo ficou marcado pela morte de Gilberto Cardoso, então presidente do clube. Cardoso foi vítima de um infarto provocado pela forte emoção de uma vitória do Mais Querido no basquete, no Ginásio do Maracanãzinho. A cesta de Guguta, que garantiu o placar de 45 a 44 nos últimos segundos da partida contra o Sírio Libanês fez com que o presidente passasse mal, falecendo no hospital na madrugada do dia 26 de novembro de 1955.
A comoção foi geral entre torcedores e jogadores, que fizeram um pacto para conquistar o título como homenagem póstuma ao dirigente.
De luto, o Flamengo usou pela primeira vez os calções pretos no uniforme na vitória por 5 a 2 contra o Canto do Rio, no Estádio Caio Martins, em Niterói.
Em abril de 1956, ao conquistar o título após a vitória por 4 a 1 sobre o América, a torcida rubro-negra fez questão de relembrar o dirigente.
Para isso, um grupo de torcedores invadiu o cemitério São João Batista por volta da meia-noite e, após explicar o motivo da invasão ao segurança que apareceu de arma em punho, estendeu uma faixa no túmulo do presidente.
Foto: Reprodução/Manchete Esportiva ed.21
Flamengo campeão carioca (1963)
O título de 1963 veio com o empate sem gols com o Fluminense. A grande atuação do goleiro rubro-negro Marcial, que garantiu o campeonato, foi foi assistida por 194.063 torcedores, recorde de público em um jogo entre clubes no Maracanã e do mundo.
Foto: Reprodução/Revista do Esporte ed.252
Flamengo campeão carioca (1965)
Na última rodada, o Flamengo entrou em campo contra o Botafogo já campeão, graças à derrota do Bangu para o Fluminense um dia antes. Os botafoguenses, inclusive, ofereceram flores aos jogadores do Flamengo, parabenizando-os pela conquista (foto).
Na arquibancada, a Magnética lotou o Maraca e passou a partida pegando no pé de Gérson, ex-jogador do clube. O Canhotinha de Ouro fez o gol da vitória alvinegra, mas nem assim a torcida do Mengão deixou a zoação de lado e cantou: “É ou não é piada de salão. O Gérson faz o gol e o Flamengo é campeão”. Desde 1895, irreverente!
Foto: Reprodução/Revista do Esporte ed.357
Flamengo campeão carioca (1972)
Neste ano, a final foi uma disputa triangular envolvendo o Fla (campeão da Taça GB), o Fluminense (que venceu o 2º turno) e o Vasco (vencedor do 3ª turno). E o Fla-Flu decisivo aconteceu no feriado de 07 de setembro, marcando as comemorações pelo Sesquicentenário da Independência do Brasil.
O Fla abriu 2 a 0 no primeiro tempo e os tricolores diminuíram no segundo. Os gols rubro-negros foram marcados por Doval e Caio Cambalhota. No grupo campeão, um certo rapaz chegou a fazer duas partidas na campanha do título. O nome dele? Arthur Antunes Coimbra.
Foto: Reprodução/Placar ed.172
Flamengo campeão carioca (1974)
“Uma geração em flor”. Assim o Jornal dos Sports denominou o Mengão ao vencer o Estadual de 1974. Despontavam para o futebol, nomes como Júnior, Rondinelli, Zico e Geraldo (para quem a conquista acabou sendo a de maior expressão, já que, dois anos depois, ele nos deixaria precocemente por causa de uma operação mal sucedida nas amídalas).
Doval, que não jogou a final por causa de um estiramento na coxa, não queria entrar em campo após o fim da partida para comemorar com seus companheiros “por achar que a festa era do pessoal que suou a camisa”. Convencido por George Helal a participar da festa, o craque argentino ainda recebeu um convite para estrelar uma fotonovela (muito comum nas revistas da época).
Além disso, o campeonato carioca de 1974 foi o último disputado antes da fusão política do antigo estado da Guanabara com o Rio de Janeiro. A fusão esportiva aconteceu em 1978 (ano em que o Mais Querido também conquistou o Cariocão).
Foto: Reprodução/Jornal do Brasil ed.259
Flamengo campeão carioca (1978)
Pois a tal “geração em flor” do título de 1974 entrou o ano de 1978 sendo contestada. Os quatro anos sem títulos estavam pesando e muita gente acredita que, se a volta olímpica não fosse dada mais uma vez, haveria um grande desmanche na Gávea.
“Jogar contra o Flamengo? É ‘bicho’ certo pra gente”, dizia Roberto Dinamite.
“Torço para jogar a final contra o Flamengo. É o time que menos nos assusta”, declarava o então zagueiro Abel Braga.
Por isso, quando Rondinelli fez o gol do título contra o Vasco e deixou de ser um mero mortal para virar o “Deus da Raça”, ele garantiu muito mais do que um troféu. Ele garantiu a chance da Geração de Ouro do Flamengo brilhar.
Pouco antes do início da partida, o técnico Cláudio Coutinho recebeu um inusitado telegrama no vestiário do Maracanã. A mensagem, enviada por uma torcedora de Petrópolis, dizia: “Flamengo 1, Vasco 0. Fé em Deus”.
Foto: Reprodução/Placar-Adalberto Diniz
Flamengo bicampeão carioca (1979)
Conquistado com vitória nos dois turnos, esse foi mais um título invicto do Flamengo (o primeiro de um clube na Era Maracanã).
Na saída do Maraca, um Trio Elétrico puxou a multidão de lá até a Gávea, onde o chope comprado para a comemoração acabou bem antes do fim da festa.
Mas este não seria o único campeonato local realizado em 1979. E também não seria o único a ser vencido pelo Flamengo…
Foto: Reprodução/Placar ed.471
Flamengo tricampeão carioca (1979)
Um ano que valeu por dois. Isso porque a Confederação Brasileira de Desportos (CBD), entidade que comandava o esporte no país, demorou a definir o calendário de competições. Para não deixar os clubes na mão, a Federação do Rio organizou o campeonato, disputado entre fevereiro e abril.
Só que este primeiro campeonato deixou de fora alguns clubes do interior do Estado e estes foram reclamar com a CBD, que decidiu organizar um outro estadual.
A competição teve três turnos. E para não deixar dúvidas sobre quem era o melhor time, o Flamengo venceu os três – e conseguiu a façanha de ser tricampeão em dois anos.
Foto: Reprodução/Placar ed.498