Maestro: veja a resenha do livro de Júnior com os bastidores das conquistas do Carioca de 91 e do Brasileiro de 92

Lançada em outubro de 2021, Maestro é uma obra escrita a quatro mãos pelo próprio Junior e pelo advogado, roteirista e escritor Mauricio Neves de Jesus.

Embora Junior seja o personagem central, o livro não é uma biografia. Sua proposta é contar os bastidores e a trajetória do Flamengo nas conquistas do Carioca de 1991 (o primeiro conquistado pós Era Zico) e do Pentacampeonato Brasileiro em 1992.

Pensando bem, é sim, uma biografia de Junior. Porque fala de Flamengo – e ao ler a obra, fica bem óbvio que o clube é parte indissociável da existência de Leovegildo Lins da Gama Júnior (e vice-versa, claro).

Confira o que achamos do livro!

Resenha | Maestro, de Junior e Mauricio Neves de Jesus

Assim que soube que “Maestro” seria lançado, contei os dias para ter a obra em mãos. Afinal, além de ser mais um título para a Estante Rubro-Negra, o livro destaca dois campeonatos que acompanhei de perto nas arquibancadas: o Estadual de 1991 e o Brasileiro de 1992.

Duas conquistas em que Júnior teve papel fundamental regendo um Flamengo que mesclava pratas da casa como Piá, Nélio, Marquinhos e Fabinho, nomes experientes como Gilmar, Gottardo e Gaúcho, além de jogadores que honravam muito o Manto, como Charles Guerreiro e Uidemar.

Nessa época, o Estadual tinha mais peso e justificava o apelido de “campeonato mais charmoso do Brasil”. O Brasileirão, por sua vez, tinha o formato “mata-mata” – o que também dava outros ares à competição.

Em forma de diário, “Maestro” cobre o período de agosto de 1991 a julho de 1992, trazendo, literalmente, o dia a dia do Flamengo daquela época.

Reprodução/Internet

Flamengo pentacampeão brasileiro em 1992: time engrenou na reta final do campeonato e reforçou a mística do “deixou chegar”

Jogo a jogo, o livro refaz a jornada de um time que estava longe de ser considerado favorito aos títulos que conquistou. Traz o clima dos treinamentos, os altos e baixos vividos pela equipe. Enquanto Carlinhos “Violino” dava o tom tático, Junior se tornava Maestro, executando a partitura técnica.

Foi assim na época e é assim nas páginas da obra. Nelas, Júnior coordena as ações e dita o ritmo do livro com comentários que dão um tom bem intimista ao texto e a tudo que é retratado.

Três décadas se passaram. Algumas coisas mudaram: o Flamengo não treina mais na Gávea, não atrasa salários, o Maraca não é mais de todos. Outras, continuam iguais: Seleção desfalcando o time, Fla quebrando pau com a CBF, partidas sendo jogadas em dias e horários ruins, a Magnética dando show.

O livro traz tudo isso de volta, numa leitura fluida e leve. E mostra como Junior, que já tinha lugar garantido no panteão dos Deuses rubro-negros, se tornou ainda maior na história do Fla. 

Não bastava ser um dos grandes laterais que o clube já teve; ele se reinventou para se tornar também um dos maiores meias. Liderou o time dentro de campo e a torcida fora dele. Reviveu a mística da camisa dez jogando com a camisa cinco.

Para quem viveu o momento, Maestro é um agradável  “recordar é viver”. E reviver a importância de alguns nomes como o de Carlinhos, técnico com profundo conhecimento de Flamengo e que sabia extrair o melhor de qualquer elenco. Ou de Gaúcho, camisa 9, irreverente e goleador, melhor cabeceador que já vi jogar com o Manto.

Mas, acima de tudo, a obra é uma oportunidade de conhecer em detalhes dois campeonatos que reforçaram e muito a mística do “deixou chegar” do Flamengo. Duas conquistas com a mais pura essência flamenga.

Sobre os autores: