Marcado na
história

Os mosaicos da torcida

Jorge Jesus estreou na Libertadores perdendo por 2×0 para o Emelec nas oitavas de final.  Assim, na partida de volta, no Maracanã, a torcida sentiu que teria um papel ainda mais relevante. E por isso os torcedores fizeram um pacto “pela virada”. Do lado de fora do estádio, a delegação rubro-negra foi recebida com sinalizadores vermelhos, formando “ruas de fogo”. Nas arquibancadas, o mosaico trazia uma frase. Ou talvez um pedido, uma palavra de ordem: “Jogaremos juntos”. Com dois de Gabigol, o Fla venceu no tempo normal e nos pênaltis, se classificando para a fase seguinte.

Nas quartas, o adversário foi o Internacional, que tinha vantagem de decidir o segundo jogo em casa por ter feito melhor campanha até então. Novo mosaico nas arquibancadas e mais uma súplica:  “Pela Copa”. Nova vitória por dois gols (ambos de Bruno Henrique), abrindo caminho para a classificação com o empate em 1 a 1, no Beira-Rio. Após 38 anos, o Flamengo voltava a uma semifinal da competição.

Dessa vez, o adversário era o Grêmio. Primeira partida no Sul: empate em 1 a 1, com amplo domínio rubro-negro (que teve três gols anulados pelo VAR). No jogo da volta, a Magnética deu outro show nas arquibancadas e um novo mosaico: “Até o fim” (um pedido ao time para acreditarem até o último minuto). O Maracanã foi palco de uma goleada histórica por 5 a 0, na mais perfeita partida do Flamengo sob o comando de Jorge Jesus. A tão sonhada final virou realidade depois de 38 longos anos. E o título também, na heroica virada de 2 a 1 sobre o River Plate, em Lima, no Peru.

No jogo contra o Ceará, primeiro no Maracanã após a conquista, a torcida rubro-negra fez novo mosaico. E, orgulhosa, ciente do seu papel, declarava para quem quisesse ver: “Vencemos juntos!”.

Por isso, o título do livro não podia ser melhor. Ele traduz e registra a união entre clube e torcida que sempre fez o Flamengo ser diferente dos demais.